No terceiro dia de oficina, o tema foi “Gestão e Monitoramento: Aderência aos ODS – Agenda 20/30: Sustentabilidade”.
A partir de experiências já exitosas no Brasil em relação à candidaturas à Patrimônio da Humanidade, foram discutidas questões a respeito da gestão do patrimônio a partir da perspectiva de que o Valor Universal Excepcional (VUE), que é considerado o coração de uma candidatura à patrimônio, possa ser assegurado.
A ministrante das Oficinas, Candice Ballester, pontuou que esses atributos devem garantir a sustentabilidade social e a melhora da qualidade de vida das pessoas que habitam os territórios onde esses bens estão envolvidos, preservando seus saberes e garantindo o seu modo de vida no território.
Candice diz que se deve garantir um processo participativo de elaboração de sistema e a construção de um plano de gestão que seja realista e factível. “É um processo de fala e de escuta, a partir das demandas tantos dos detentores do patrimônio, como de quem vive no território, mediando conflitos e construindo consensos”.
Diante disso, é preciso também estabelecer um acordo oficial entre as instituições presentes no território, para a gestão da área e o cumprimento das obrigações decorrentes da Convenção Social do Patrimônio Mundial por meio de uma estrutura de governança.
Aderência aos ODS da ONU
A ministrante, lembrou que se faz necessário que o Programa de Gestão a ser criado para o território seja realista e factível e que deve ter aderência aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Agenda 20/30, com planos específicos de conservação, capacidade de suporte e acolhida, plano de negócio para economia da cultura, plano de gestão turística, comunicação, interpretação e gestão de riscos.
E, para encerrar as oficinas, Candice Ballester convidou a arqueóloga Heloisa Bitú para apresentar um exemplo de gestão empreendido no território sob o comando da Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri: “A Proposta de Pesquisa Arqueológica, Estruturação, Socialização e Gestão do Sítio de Arte Rupestre Santa Fé, Crato, Ceará, Brasil”, proposta essa que foi construída dentro de um processo de movimentação institucional envolvendo a Fundação Casa Grande, Um Empreendor Social Local (Demétrio Jereissati) e a Universidade Regional do Cariri (URCA).
Durante a apresentação de Heloísa Bitú, ficou em evidência que esse trabalho realizado pela Arqueologia Social Inclusiva, conforme atestou Candice, acontece dentro de uma perspectiva de continuidade, como fio condutor na linha da conservação, da promoção e da sustentabilidade. “É um trabalho que se encaixa dentro da proposta da Candidatura da Chapada do Araripe Patrimônio Dá Humanidade, a partir de uma experiência que já vem sendo realizada há cerca de 30 anos, através do trabalho da Rosiane Limaverde.
Imagens: TV Casa Grande.
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